Revisão Bibliográfica TCC: Conheça e e saiba como construir
Também chamada de "Revisão Literária", esta é uma das mais importantes e fundamentais etapas para a construção do TCC. Por isso, cuidados devem ser tomados na hora desta construção do conteúdo pesquisado.
Simone Ishizuka / Da Reportagem
Classificação:
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Tempo de leitura: 6 minutos
Uma das exigências fundamentais dentro da avaliação da Banca Examinadora é a coerência do trabalho com a Revisão Bibliográfica.
Isso torna esta etapa uma das mais importantes a ser desenvolvida na pesquisa científica, seja no enriquecimento do trabalho como no conhecimento do autor.
Desde a delimitação do Objeto de Pesquisa à formação do embasamento teórico, o desenvolvimento da Revisão Bibliográfica (ou Revisão Literária) deve vir aliado com as normas da ABNT.
Deste modo, é importante o acompanhamento do orientador junto à consciência da etapa por parte do aluno.
Com isso, o trabalho se torna sólido e com grandes chances de ser bem avaliado.
E para explicar o conteúdo, o Manual do TCC conversou com o professor e doutor em Sociologia pela UFG (Universidade Federal de Goiás), Erisvaldo Pereira Souza.
Na entrevista, o professor discorre quais caminhos o aluno pode trilhar na hora da pesquisa, organização, quais ferramentas disponíveis e o que pode ser evitado.
Entrevista com:
Erisvaldo Pereira Souza
Doutor em Sociologia pela UFG (Universidade Federal de Goiás)
O que é Revisão Bibliográfica ou Revisão Literária?
Embora tenham nomenclaturas diferentes, estes dois termos são sinônimos. Eles se configuram no conjunto de materiais teóricos utilizados para desenvolver a pesquisa científica.
Esta etapa do trabalho ajuda o aluno a dialogar entre os autores selecionados. Além disso, levanta conceitos sobre tema abordado.
A prova desta importância, é a própria construção logo no início da pesquisa. Para o professor Erisvaldo, esta atividade serve como "ponto de partida" no TCC.
"Ter acesso a uma bibliografia é fundamental para que este possa começar a definir um objeto de pesquisa. Desta forma, a bibliografia se tornará o seu referencial para a realização de sua pesquisa", explica.
O professor ainda explica que a partir desta revisão, o autor pode selecionar e refletir as próprias ideias, conceitos e concepções sobre o assunto abordado.
"Com isso, o pesquisador poderá fazer uso ao longo da realização de sua pesquisa e assim ter uma consciência correta do objeto a ser pesquisado", completa.
Conheça como construir as Referências Bibliográficas
Ter contato com o conjunto de referências, seja indicadas pelo orientador ou por pesquisadores mais experientes, possibilita uma aproximação do aluno com os conceitos mais discutidos na área escolhida.
Deste modo, a teoria para explicar o Objeto de Pesquisa começa a criar forma com um bom entendimento por parte do aluno pesquisador. Souza destaca que, com este estudo prévio, o aluno vai poder ligar o objeto a uma teoria explicativa.
"Esses conceitos visam explicar, explicitar, definir e descrever elementos importantes sobre o objeto. Desta forma, é que o aluno vai ter mais noções do seu objeto, do seu referencial teórico e conceitos utilizados na realização da pesquisa", elucida o professor.
Ele ainda exemplifica:
"Ao definir um objeto de pesquisa, tenho que buscar fontes sobre esse objeto. Assim, ao começar a pesquisar a relação entre Rock e Juventude, tenho que começar a pesquisar obras, artigos e textos em geral que estudam o Rock e depois a Juventude e consequentemente mostrar a relação entre os dois temas. Isso vale para qualquer tema a ser abordado, ao começar uma pesquisa sobre Cidades, tenho que pesquisar obras e artigos sobre cidades", detalha.
Cuidados com a pesquisa
A construção da Revisão Bibliográfica é uma forma específica de provar que a linha de pesquisa escolhida vem de fontes seguras.
Isso, além de dar credibilidade ao trabalho, sustenta ainda mais a maturidade científica do aluno.
Na atualidade, a internet se torna um dos principais aliados no levantamento de informações referentes a qualquer tema abordado.
Nela temos a possibilidade de ter acesso a acervos variados dentro de campos de pesquisa distintos. No entanto, esta "comodidade" deve ser vista com mais cuidado que o normal.
"O cuidado maior é com fontes na internet. O aluno pode não ter muita experiência com pesquisa e, assim, ter acesso a fontes que não são confiáveis. Neste caso, pode ter problemas para poder citar esse material", alerta.
E para que este erro não ocorra, o professor orienta que alunos utilizem apenas livros, revistas, jornais ou periódicos como referência. Estes materiais são mais certeiros na hora da citação.
Pesquisa em Bibliotecas
Mesmo que a internet ofereça uma facilidade a mais na hora da pesquisa, engana-se quem ainda acha que passar horas na biblioteca é "coisa do passado".
O velho lugar silencioso e cheio de livros, possibilita um contato direto com as fontes de pesquisa. Sem deixar margem para dúvida na hora da citação.
Ainda que as bibliotecas públicas, em sua maioria, não tenham uma estrutura merecida, Souza defende que este ainda é um bom local para a pesquisa do aluno. Principalmente para aqueles que ainda não tem tanta experiência no campo científico.
"Geralmente quando o aluno sente a necessidade ele vai buscar obras ou novas fontes para poder dar continuidade na pesquisa. Então, é bom conhecer as bibliotecas públicas da cidade, conhecer também a biblioteca da faculdade ou universidade que estuda para poder ter acesso a um conjunto variado de obras que podem ser utilizadas na pesquisa", aconselha.
Nas bibliotecas físicas, o aluno tem a possibilidade de encontrar uma variedade de obras publicadas sobre o assunto abordado.
"Existem formas de pesquisas nos acervos a partir de um sistema de computador que vai possibilitar com maior facilidade encontrar as obras específicas para a realização da pesquisa", conta.
"Geralmente quando o aluno sente a necessidade ele vai buscar obras ou novas fontes para poder dar continuidade na pesquisa. Então, é bom conhecer as bibliotecas públicas da cidade, conhecer também a biblioteca da faculdade ou universidade que estuda", aconselha.
Nas bibliotecas físicas, o aluno tem a possibilidade de encontrar uma variedade de obras publicadas sobre o assunto abordado.
"Existem formas de pesquisas nos acervos a partir de um sistema de computador que vai possibilitar com maior facilidade encontrar as obras específicas para a realização da pesquisa", conta.
Conhecimento nunca é demais
Ter contato com um Referencial Teórico de qualidade pode confundir a cabeça do aluno. E isso é mais comum do que parece.
Talvez nem tanto pela complexidade do assunto, mas pela "auto-suficiência" por parte do pesquisador.
Para o professor, conhecimento nunca é demais. E o autor deve ter consciência de que ele faz parte de uma iniciação, dentro de um verdadeiro "universo" de conhecimento.
"Geralmente, ao ter contato com algumas literaturas sobre o tema, o aluno já acha que é suficiente. O que é um equívoco", analisa.
Souza defende que o aluno em iniciação não deve se limitar ao "achismo" e entender, de uma vez por todas, que conhecimento nunca é demais.
Na verdade, este deve buscar ampliar suas referências, pois ao selecionar obras sobre o tema e ao começar a realizar a leitura, o pesquisador vai perceber a necessidade de ter acesso a mais obras, por isso a necessidade de ampliar suas leituras", frisa.
Por fim, Erisvaldo avalia que a Banca Examinadora vai cobrar um material consistente por parte do aluno. Por isso, é importante que o autor esteja em dia com a qualidade do conteúdo utilizado no TCC.
"Assim, ao apresentar o trabalho, temos que ter a consciência da organização, sistematização e estrutura do mesmo para ter certa coerência na pesquisa realizada", finaliza.
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