TCC Arquitetura: Aprenda a escolher o tema para a monografia
O professor e mestre Fernando Birello dá dicas de como escolher o melhor tema e analisa o cenário pós-pandemia na Arquitetura e Urbanismo.
Simone Ishizuka / Da Reportagem
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Tempo de leitura: 5 minutos
Após cinco anos dedicados a estudos que vão de análise de diâmetros a diferentes projetos, chegou a hora do aluno provar que está preparado para ser um profissional da Arquitetura e Urbanismo. Mas, por onde começar e como escolher o tema do TCC?
O professor e mestre na área, Fernando Birello de Lima, explica de forma simples e direta, quais caminhos o aluno pode percorrer para o preparo do TCC. Além disso, o docente discorre sobre normas técnicas, ética e o possível cenário pós-pandemia, devido à Covid-19.
Como escolher o tema do TCC de Arquitetura?
Não muito diferente da logística inicial de outros cursos, a escolha do tema é uma das funções cruciais para qualquer aluno em graduação. No entanto, esta importância também deve ser atrelada com a área de interesse do pesquisador.
Para o professor, o aluno deve trilhar alguns caminhos mentais para a escolha do tema. “Tanto o rigor científico na pesquisa e técnico no desenvolvimento da proposta, quanto do ineditismo do tema (ou combinação de temas) e criatividade da solução, são mais do que necessários para essa consagração”, explica.
Fugir do óbvio e sair da zona de conforto é uma das atividades cruciais para esta escolha. No entanto, é comum o aluno sentir um certo ‘desconforto’ ao aplicá-la nos estudos iniciais. Mas, para o professor, esses sentimentos podem ajudar.
“Isso vai ocupar e até desesperar na hora do desenvolvimento pleno da monografia, mas trará uma definição vocacional, uma marca, que sempre será, mesmo que sutilmente, recorrente no decorrer da carreira do Arquiteto e Urbanista”, frisa.
Ele ainda destaca que, além de pensar nestes “gatilhos”, é importante o aluno avaliar o projeto dentro de uma relevância social - com destaque à ABNT NBR 9050 - política, histórica e a ética. “Sem ética relevante não há estética deslumbrante”, parafraseia.
Definido estes pontos, o aluno de Arquitetura e Urbanismo deve pensar nas atividades técnicas oriundas do curso. Refletir sobre o conceito e o partido do projeto, além de experiências práticas e viabilidade são imprescindíveis na hora de escolher o tema.
“No exercício da reflexão e a discussão intelectual e criativa sobre eles, suas combinações, misturas e ressignificações poderão trazer esse sabor de novidade e disrupção que todo formando busca neste ato final de conclusão do curso”, considera.
Tecnologia a favor
Antigamente, profissionais na área de Arquitetura deveriam ter conhecimentos consideráveis ao desenho também. Uma vez que a apresentação dos projetos, seja à clientes ou para equipe operária, eram todos feitos manualmente. Porém, nos tempos atuais, esta técnica mudou.
Recursos como em softwares especializados com projeção em terceira dimensão, ajudam na hora de planejar, além de dar mais visão técnica ao profissional. Técnicas que deixam os trabalhos manuais um pouco mais de lado, sem que isso prejudique no resultado final do projeto.
E isso não é diferente para o TCC de Arquitetura. Birello defende que ter conhecimento sobre este tipo de recurso, ajuda na hora da avaliação do aluno. “Na verdade, o 3D é imprescindível para a mais fidedigna representação e simulação fruída das idéias arquitetônicas debatidas e avaliadas”. destaca.
Para ele, seja qual o recurso oferecido, a técnica é importantíssima para qualquer projeto. “Seja em croquis à mão livre com perspectivas técnicas, maquetes físicas e eletrônicas, pouco ou muito detalhadas... O 3D ajuda a enxergar as possibilidade de tomada decisão, as quais levam à sua prevista viabilidade real”, defende.
No entanto, é importante que o aluno tome alguns cuidados antes de iniciar esta parte do projeto. “Deve-se ter cuidado para que a facilitação da representação espacial, seja no desenho, que tudo suporta, ou nas renderizações ultrarrealistas, mais reais do que a própria realidade, tenda a esconder deficiências e grosserias técnicas e estéticas... para isso também vale a ética em primeiro lugar”.
TCC de Arquitetura no cenário pós-pandemia
Com a chegada do Corona Vírus (COVID-19) no início de 2020, o país se viu na obrigação de se reorganizar com o objetivo de amortecer os impactos da pandemia. E isso, consequentemente, refletiu nos projetos arquitetônicos. Ponto essencial para que os alunos do curso se informem sobre esta possível nova forma de projetar.
O professor Birello analisa que ações quanto a readequação sanitária, serão imprescindíveis em projetos de espaços públicos ou de grande movimentação, por exemplo. Segundo ele, as cidades deverão também se reinventar para atender a população.
“Assim como da redefinição de padrões espaciais e acessíveis das cidades que precisarão TODAS se reorganizar eticamente (esteticamente) e, portanto, funcional e fundiariamente para buscar-se a superação desse modelo superado de cidade Neoliberal”, reflete.
Sobre a acessibilidade, ele ainda completa: “Mais e melhores espaços, todos acessíveis, a TODOS os cidadãos, ainda que em se considerando a inércia de situações antigas de inércia social, deverão ocasionar redesenhos topológicos radicais, ainda que sutis e viáveis, para a sobrevivência de todas as cidades no decorrer do séc.XXI”.
Indicação de leitura
Para a construção da Referência Bibliográfica (ou Referência Literária) do TCC de Arquitetura, o professor indica revistas out periódicos eletrônicos vinculados à instituições de pesquisa e ensino na área. Mas, sempre com a supervisão do orientador do projeto.
“Seja em português ou inglês, como a V!RUS, do Núcleo de Pesquisa em Habitares Interativos da USP (procure por Nomads.usp), entre outras, que estão justamente no limite da produção do conhecimento e das reflexões sobre as possibilidade de aprimoramento da profissão”, recomenda.
O arquiteto ainda aconselha que, dentro desta construção de pesquisa, o aluno terá uma visão mais ampla sobre diversos assuntos dentro do curso. Além de ajudar na escolha ou amadurecimento do tema. “Para se ter mais rápido e mais capilarizado essa imersão, essas revistas possibilitam a leitura fracionada, em modelo de artigos, que flui melhor nesse aspecto”, finaliza.
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